sábado, 4 de abril de 2020

EBD BETEL - CONTEÚDO Lição 1 - Salmos: Um guia devocional para o cristão - 5 de Abril 2020

Salmos: Um guia devocional para o cristão
5 de Abril de 2020





TEXTO ÁUREO
"Cantai louvores ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz do canto."
Salmos 98.5

Efésios 2:19

VERDADE APLICADA
O livro de Salmos muito contribui para a vida de adoração e oração do discípulo de Cristo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Sl 42 - 1. Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!


Sl 44 - 1. Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, e nossos pais nos têm contado a obra que fizeste em seus dias, nos tempos da antiguidade.

Sl 45 - 1. O meu coração ferve com palavras boas, falo do que tenho feito no tocante ao Rei. A minha língua é a pena de um destro escritor.


Introdução
É provável que a maioria dos cristãos tenha recorrido ao livro dos Salmos em algum momento da sua vida, seja de angústia ou de alegria. A Igreja tem se valido dos seus ensinamentos, portanto é necessário conhecê-lo.
1. Título
Neste tópico, analisaremos o título, a divisão e os prováveis autores do livro de Salmos.

1.1. Título
A palavra Tehilim (habraico) significa louvor e, por isso, podemos traduzi-lo como "O livro dos louvores". Tehilim é o livro dos Salmos. Trata-se de composições métricas, do hinário de Israel. Conforme descreve Mathew Henry: "Embora cantar seja bem a voz da alegria, a intenção das canções é de uma latitude muito maior: auxiliar a memória e expressar e incentivar todos os outros afetos, bem como alegria". No livro de Salmos, encontramos a enunciação de diversos sentimentos - alegria e tristeza, desejo de intimidade e proteção do Senhor e exaltação dos Seus feitos. Este livro, divinamente inspirado por Deus, não se resume a uma canção. Os versículos de Tehilim (Salmos) ensinam, alertam e trazem à memória os feitos e agir de Deus. Percebemos que o louvor genuíno deve fazer parte da vida do cristão. Por intermédio do louvor, exaltamos a Deus por Sua soberania e Seus feitos.

1.2. Divisão do livro
É comum considerar a divisão do livro de Salmos em cinco livros, que começam respectivamente no Salmo 1,42, 73, 90 e 107. David M. Howard Jr. destaca uma interessante observação feita por Gerald H. Wilson sobre o livro começar com um Salmo que exalta a relevância da meditação na Palavra de Deus [Sl 1] e encerrar com uma exortação a todos para louvar ao Senhor [Sl 150]. Assim a vida deve ser vivida: pautada na Palavra de Deus e para a glória de Deus!

1.3. Autores
É importante ressaltar que nem todo Salmos é de autoria de Davi. Talvez por ser mais conhecido e atribuído a ele um maior número de Salmos (73 para alguns comentaristas) é que seja comum denominar "Salmos de Davi". Porém há salmos cuja autoria é desconhecida ou sem consenso entre os estudiosos (50 salmos, segundo a Bíblia da Escola Bíblica), como os salmos 1, 2, 10, dentre outros. Outros autores são: Moisés, Salomão, Asafe, Hemã, Etã, filhos de Corá. Assim, o Espírito Santo inspirou e conduziu diferentes pessoas em diversos momentos para registrar que, independente dos contextos e épocas, o Senhor Deus é digno de adoração em todo o tempo e dEle somos dependentes.

2. Principais características do livro
O livro de Salmos é classificado como literatura poética hebraica. Com conteúdo caracterizado por expressões que retratam emoção, ritmos e linguagem metafórica, como comentou Esdras Bentho. O que não significa que são textos fruto da imaginação humana. Escritores inspirados por Deus fizeram uso de vários recursos estilísticos para transmitir a mensagem.

2.1. A poesia hebraica
Não apenas no livro de Salmos encontramos poesia, mas, também em outros textos do Antigo Testamento, como: Êxodo 15.1-19; Deuteronômio 32; Juízes 5.1-31. Como comentado na Bíblia de Estudo Palavras-Chave: "Trata-se de uma poesia diferente de nosso tempo, pois não envolve a rima de sons, mas a "rima" de pensamento ou ideias". Encontramos em vários salmos a descrição de sentimentos intensos e como os escritores lidaram com os mesmos.

2.2. Acrósticos
Salmos também contém poemas acrósticos em que o conjunto das primeiras letras de cada verso formam uma palavra, ou seguem uma sequência alfabética. A título de exemplo, no Salmo 119, os versos são reunidos de oito em oito, cujos grupos começam com uma mesma consoante. Assim trata-se de um recurso literário que muito contribui para a memorização, a qual tinha uma grande importância, principalmente no contexto judaico no tempo antigo. Tal fato nos faz lembrar da importância de utilizarmos diferentes recursos no processo ensino-aprendizagem da Palavra de Deus.

2.3. Refrão
Outra características dos Samos são os refrãos. Refrão é a repetição de um frase ou fórmula. Em alguns salmos, é possível perceber referida repetição com maior clareza. No salmo 107, por exemplo, há repetição dos seguintes versos (alguns com pequenas variações): 1) "E clamaram ao Senhor na sua angústia, e ele os livrou das suas necessidades" [Sl 107.6, 13, 19, 28]; 2) "Louvem ao Senhor pela sua bondade e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens" [Sl 107.8, 15, 21, 31]. No primeiro refrão, percebemos claramente o grito por socorro; no segundo, a gratidão e a resposta do Senhor. Os refrãos tem importante função, seja para organizar o poema, seja para reforçar o tema nele abordado. Trata-se de um modo de combinar e organizar o pensamento.

3. Esclarecimento de algumas expressões
Neste tópico, destacaremos os prováveis significados dos termos Selá, Higaiom, Mictão, Jedutum, Masquil e Degraus. É importante destacar que não há um único entendimento sobre os seus significados havendo constante debate sobre o tema.
3.1. Selá, Higaiom e Mictão
São termos considerados técnicos da área musical encontrados em vários salmos. Algumas versões omitem estes termos como a NTLH e a ARA (2ª edição). Já a versão BKJ (Atualizada) apresenta tais termos já traduzidos ou com a ideia mais comum entre os comentaristas. Portanto, não há consenso quanto à exata ideia que tais termos queriam expressar nos diversos cânticos. O termo "Selá" é bastante utilizado - ocorre setenta e uma vezes (Salmos 3, 4, 24, 46, entre outros). A Septuaginta considera como uma "pausa" ou "interlúdio musical" . Já o termo "Higaiom" (Salmo 9.16 - aparece junto com "Selá") pode se referir a um momento para "meditação". O comentarista Derek Kidner diz que "Higaiom" também está presente nos Salmos 19.14 3 92.3 nas frases "meditação do meu coração" e "harpa com som solene". O termo "Mictão", presente nos Salmos 56-69, por exemplo, pode se referir a "oração silenciosa" ou, como registrado por Dake, "texto gravado ou permanente".

3.2. Jedutum e Masquil.
As anotações editoriais do salmos 39, 62 e 77 estão relacionadas com Jedutum. Mencionado em 1 Crônicas 16.41-42; 25.1, 3; 2 Crônicas 5.12, entre outros textos, Jedutum era da família dos levitas e habilidoso na música. Junto com Asafe e Hemã, seu nome está associado a louvores, profecias, instrumentos musicais. Já o termo "Masquil" encontrado no título de alguns salmos, como 32, 42, 44-45, por exemplo, também não há consenso quanto ao seu sentido. Podendo ser "salmo de entendimento" ou "salmo didático" (BKJ). Dake identifica como "ensino". Contudo , também há outras sugestões, como "salmo eficaz" ou "salmo habilidoso", conforme Kidner.

3.3. Degraus
Degraus, cujo significado literal é subir, ou, ainda, "Cântico gradual", "Cântico de peregrinação", consiste na tradução dos títulos dos salmos 120-134. A Bíblia Judaica Completa traduz como "Canção da subida". Há diversas interpretações para o uso deste título, sendo a mais provável a que faz referência aos cânticos entoados pelos peregrinos quando subiam para Jerusalém [Sl 122.4].
CONCLUSÃO
O livro dos Salmos é um indispensável guia para o louvor e a oração, tanto individual como coletiva, principalmente neste tempo de tantas distorções e superficialidade doutrinária expressas em muitos cânticos.

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