12 de novembro de 2017
Texto Áureo
“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rm 6.4
Verdade Aplicada
O batismo em água é uma ordenança de Jesus que simboliza o que já aconteceu na vida de quem foi regenerado.
Mateus 3.13, 16; 28.19; At 2.38
Mt 3.13 Então, veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
Mt 3.16 E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
Mt 28.19 Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
At 2.38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
Hinos sugeridos
18, 111, 114
Introdução
Encontramos no Novo Testamento dezenas de referências à prática do batismo em águas, indicando que se trata de um rito presente desde o início da Igreja (At 2.37-41)
1. Aspectos gerais sobre o batismo
O rito batismal compõe o grupo geral de normas vinculadas com o lavar. Há vários relatos bíblicos, e também em outras fontes, sobre o uso da água em cerimônias de purificação, tanto de pessoas como de objetos, inclusive entre algumas religiões pagãs e na comunidade judaica.
1.1. Aspectos históricos
O Antigo Testamento faz menção de pessoas que ficavam impedidas de participar de atos religiosos por se encontrarem impuras, havendo, assim, a necessidade de se submeterem às abluções rituais (Lv 11, 17; Nm 19). O historiador judeu Flávio Josefo atesta que entre os essênios haviam vários tipos de purificação. Os arqueólogos encontraram nas ruínas de Massada construções que indicavam serem utilizadas para banho de imersão ritual, assim como em Jerusalém à época do segundo templo, ao pé do monte do templo. A comunidade judaica submetia o convertido gentio o judaísmo a um banho ritual, após a circuncisão, identificado como “batismo do prosélito”. O precursor de Jesus, João Batista, “apareceu batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento” (Mc 1.4), em cumprimento a um mandado de Deus (Jo 1.33).
1.2. Definição da palavra batismo
No Novo Testamento, no original grego, são encontradas as expressões “Bapto” (verbo), com significado de submergir, e o termo derivado, “baptizo”, significando imergir, tornar submerso. Tanto em contextos judaicos ou cristãos, o pensamento de imersão permanece. A própria exposição feita pelo apóstolo Paulo em Romanos 6, como sendo a união do discípulo com Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição, concorda com este pensamento desde os primórdios.
1.3. Importância do batismo
Em contraste com o judaísmo, a Igreja no Novo Testamento não era caracterizada por rituais. Contudo, há duas cerimônias que estão presentes na caminhada da Igreja desde os primórdios por terem sido instituídas pelo mandamento de Cristo: batismo em águas e a Ceia do Senhor (esta será tema da próxima lição). Por esta causa, são consideradas no estudo da Teologia Sistemática sobre Eclesiologia (A doutrina da Igreja) como ordenanças da Igreja. Assim, o batismo é importante porque o que foi ordenado pelo Senhor Jesus Cristo (Mc 16.15-16; Mt 28.18-19), e porque os apóstolos e os primeiros discípulos ensinavam e praticavam essa ordenança (At 2.37-38, 41; 8.12-13; 36-38; 9.18; 10.47-48; 16.14-15, 32-33; 18.8; 19.5).
2. Batismo: forma, fórmula e condição
Considerando as controvérsias existentes quanto a estes aspectos e a pluralidade das denominações evangélicas no Brasil, refletiremos nestes assuntos por conterem ensinos preciosos para enfatizar verdades espirituais presentes nesta doutrina.
2.1. A forma de batismo
A própria etimologia da palavra, registrada no tópico anterior, indica a forma: imersão. Essa conclusão é atestada pelos estudiosos da língua grega e pelos historiadores da Igreja. Mesmo aqueles que advogam outras formas (aspersão ou fusão) reconhecem a imersão como a forma usada pela Igreja Primitiva. Inclusive, a exposição do apóstolo Paulo em Romanos 6.3-4, quando relaciona o batismo em água como símbolo de sepultamento e ressurreição, deixa claro a forma que era utilizada.
2.2. A fórmula do batismo
O próprio Senhor Jesus deu a fórmula: “...batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Encontramos, também, neste texto, a participação de três Pessoas da Trindade na obra de salvação do ser humano: o Pai amou e planejou; o Filho a consumou; e o Espírito Santo aplica a salvação no homem. Assim, quando lemos em Atos 2.38; 10.48, não se trata de uma “outra fórmula”, mas uma afirmação da “autoridade concedida” pelo Senhor de acordo com o Seu mandamento, e o reconhecimento e a submissão do novo convertido a Jesus Cristo como Salvador e Senhor.
2.3. Condição para ser batizado
No mandamento do Senhor encontramos que o batismo seria administrado aos que se tornam discípulos (Mt 28.19). Nos registros em Atos, o batismo em águas foi precedido de pregação, arrependimento, aceitação da Palavra, instrução e fé (Atos 18.8: “ouvindo-o, creram e foram batizados”.
3. O significado do batismo
É de grande importância para nossa edificação, amadurecimento e firmeza espiritual que conheçamos o significado desta ordenança da Igreja, conforme encontramos na Palavra de Deus (Rm 6.3-14; Gl 3.27; Cl 2.12).
3.1. União com Cristo
Quando o discípulo do Senhor Jesus é batizado em água, ele está testemunhando publicamente que está unido a Cristo. O apóstolo Paulo usa a expressão “vos revestistes de Cristo” (Gl 3.27), ou seja, fomos incorporados nEle pela fé. Unidos, identificados e participantes em Sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-5). Importante notar as expressões: “batizados na sua morte...sepultados com ele...seremos na da sua ressurreição”. O batismo não efetua esta identificação, mas simboliza algo que já aconteceu pela fé. “Estai em mim, e eu, em vós;...”, declarou Jesus (Jo 15.4a). Somos ramos e Cristo é a videira. A sobrevivência e produção dos ramos dependem da união com a videira verdadeira, Jesus Cristo.
“...o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que não sirvamos mais ao pecado” (Rm 6.6). Esta é a mensagem que o batizando está proclamando ao descer às águas batismais. Para tanto é necessário que tenha ocorrido a conversão e receba ensino acerca das doutrinas fundamentais da salvação. Para viver em novidade de vida, primeiro é preciso passar pela cruz de Cristo. Não apenas morrer, mas sepultar. O sepultamento sela a morte (Cl 2.12). O apóstolo Paulo fala desta experiência em Gálatas 6.14. Não se trata de morte e sepultamento no aspecto físico, mas de não mais viver sob o domínio da natureza pecaminosa. Trata-se do resultado da nossa união com Cristo pela fé (Cl 3.3; Rm 6.11, 14). Fomos libertos do poder do pecado pelo poder de Jesus Cristo.
3.3. Andar em novidade de vida
O discípulo de Jesus liberto do poder do pecado, não mais dominado pela natureza pecaminosa e unido a Cristo, também em Sua ressurreição (ato simbolizado quando é levantado das águas batismais), agora com “ele viveremos” para que “andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6.4, 8). Assim, o batismo em água é um anúncio público sobre o novo viver, agora debaixo do senhorio de Jesus Cristo, apresentando a Deus o nosso corpo “...como instrumento de justiça” (Rm 6.13b).
Conclusão
Enquanto estivermos neste mundo, precisamos perseverar na proclamação do Evangelho, fazendo discípulos e batizando em água, pois são mandamentos deixados pelo Senhor da Igreja. Que a mão do Senhor continue sobre nós e, assim, “grande número creia e se converta ao Senhor” (At 11.21), para a gloria de Deus.
Questionário
1. Quais as duas ordenanças da Igreja?
2. Qual a forma do batismo?
3. Nos registros em Atos, do que o batismo em águas foi precedido?
4. Qual é a mensagem que o batizando está proclamando ao descer às águas batismais?
5. O que o sepultamento sela?
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